Ao invés de comer, ganhar dinheiro com plástico.
No finalzinho de 2020, duas matérias publicadas no jornal O Estado de S. Paulo, podem ter passado despercebidas pelo leitor. Às vésperas do Natal, difícil imaginar que entre os ingredientes da ceia, estaríamos consumindo micropartículas de plástico no sal, no açúcar e até na cerveja. Micropartículas essas provenientes, principalmente, de alimentos industrializados (ou não) embalados em plástico. Dezenas de estudos estão sendo feitos em importantes universidades do mundo, para detectar o nível de perigo que isso pode provocar na saúde dos seres humanos e dos animais. Ainda não há dados definitivos, mas estima-se que, em 2019, uma pessoa possa ter ingerido entre 74 e 121 mil partículas desse material…
“Uma pesquisa feita em 2019 por cientistas do Departamento de Biologia da Universidade de Victoria, no Canadá”, diz a matéria, “aponta a água engarrafada como a principal vilã na presença de microplástico, seguida por cerveja, ar, água de torneira, frutos do mar, açúcar e sal”. E não estamos falando de países subdesenvolvidos, visto que estudo da Divisão de Gastroenterologia e Hepatologia da Universidade de Medicina de Viena, encontrou partículas de microplásticos em indivíduos de países como a Finlândia, Itália, Japão, Holanda, Polônia, Rússia, Reino Unido e Áustria.
A vida marinha é a mais prejudicada, visto que necropsias feitas em aves, répteis e mamíferos marinhos, apontam para números assustadores de ingestão de material plástico e levam à projeção de que exista cerca de 5 trilhões de matéria plástica nos oceanos, só na costa brasileira.
Por que? Descaso e desinformação.
Cristina Andriotti, CEO do Grupo Ambipar, vê esses resíduos não como lixo mas como de extremo valor para a economia, desde que voltem para a cadeia produtiva e não se percam nos aterros e rios. A Ambipar trabalha com soluções para o meio ambiente, gestão e valorização de resíduos. A grande pegada é a economia circular, ou seja, valorizar o resíduo e devolve-lo para a economia, seja transformando lixo doméstico em combustível para fornos de cimenteiras, seja reaproveitando fibras de celulose e devolvendo-as para nova produção de papel.
É aqui que entra o conhecimento da CIM Cognitivos Inteligência de Mercado, que desenvolveu um sistema, que usa IA – Inteligência Artificial, não apenas para coletar os rejeitos que voltarão a cadeia produtiva, como também para transformá-los em dados, que serão úteis tanto para a indústria quanto o consumidor final.
Reconhecida pelos coletores de embalagens de café Dolce Gusto da Nestlé, a CIM foi além das cápsulas de café e desenvolveu um container com capacidade para grandes volumes, dotado de tecnologia para armazenamento de dados, trazendo benefícios, para a indústria, o consumidor final e o meio-ambiente. O que significa que, do mesmo jeito que o produto fabricado chega ao ponto de venda, ele volta para seu fabricante, que o reutiliza em novas embalagens ou mesmo combustível, barateando o custo do produto final, e assim por diante.